A superlotação na maternidade Santa Mônica, em Maceió (AL), a única que atende gestantes de alto risco no Estado, chegou ao seu pior momento nesta segunda-feira. Como outras maternidades fecharam as portas no final de semana, gestantes em trabalho de parto estão espalhadas nos corredores da maternidade, em colchões no chão. Elas dividem espaço com outras mulheres que amamentam seus filhos, também no chão.
Segundo a direção da maternidade, 15 gestantes ganharam seus filhos no chão da Santa Mônica. Revoltados, funcionários pediam uma posição dos gestores da saúde. "É revoltante porque a gente quer ajudar e as pessoas ficam querendo nos linchar. Só que também estamos revoltadas com esta situação. É desumano a gente ficar ouvindo um bebê chorando no chão e não ter o que fazer porque não tem onde colocar", disse uma enfermeira, chorando.
"A nossa missão é atender as pacientes de alto risco, mas temos que ficar com toda a demanda do Estado, inclusive os casos de baixo risco, que não deveriam ser de nossa responsabilidade", disse a técnica de enfermagem Valderez de Oliveira.
Segundo a direção da unidade hospitalar, outras maternidades de Maceió fecham as portas à noite e aos finais de semana, por causa de uma medida adotada pela Secretaria Municipal de Saúde da capital. A única maternidade que permanece aberta é a Santa Mônica - que acaba concentrando os partos de toda a Grande Maceió, apesar da maternidade ser apenas para gestantes de alto risco.
"A preocupação dos funcionários é para que a sobrecarga de trabalho não prejudique as pessoas", disse o presidente do Conselho Regional de Medicina, Fernando Pedrosa, que está na maternidade. A Secretaria Municipal de Saúde informou que uma ambulância fará a transferência das gestantes para a Maternidade Paulo Neto - que estava fechada este final de semana. A Maternidade Nossa Senhora da Guia será aberta nesta terça-feira.