Fonte Alerta Total
Por Jorge Serrão –
Exclusivo – Desdobramentos das investigações da
Operação Porto Seguro investigam detalhes de uma milionária aplicação
feita por Rosemary Nóvoa Noronha em três aplicações, focadas na área de
pesca, feitas em carteiras do mega-fundo de investimento da Noruega. O
risco de um “Bacalhaugate” fisgando a amiga Rose e outros peixes grandes
brasileiros é a mais recente preocupação de Luiz Inácio Lula da Silva.
Além Noruega, a Polícia Federal também mapeia investimentos feitos por
Rose em Portugal e na França.
A principal ação é mapear a origem do dinheiro aplicado por Rose, em
montante ainda não revelado, para saber se tem origem legal. A
probabilidade é que resulte de recursos de empresas européias que
obtiveram vantagens em negócios no Brasil. A alta propina paga em tais
negociatas é conhecida pela gíria por “petit fois” (uma vez que os
depósitos à margem da lei aconteceriam na França). Tais informações
ainda não foram parar no inquérito que tenta apurar como funcionava a
quadrilha que usava o acesso e prestígio do poder para fazer grandes
negociatas.
O investimento norueguês de Rosemary pode ser fatal para ele e seus
parceiros. A Noruega tem um fundo que financia um projeto do Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID), em parceria com o próprio
Brasil, para combater a lavagem de dinheiro, evasão fiscal, exploração
ilegal de recursos naturais, e o fortalecimento da auditoria e controle
na América Latina e no Caribe. Desde 2007, Noruegueses já aplicaram NOK
30 milhões (aproximadamente R$ 11 milhões), e prometem mais NOK 14
milhões (aproximadamente R$ 5 milhões) na ação anti-corrupção.
O negócio norueguês de Rose é tão promissor que os herdeiros da família
de um grande banco brasileiro também têm presença em investimento
idêntico. A diferença é que os “banqueiros” têm dinheiro legal
suficiente para encarar e faturar com as aplicações de retorno
garantido. Este pode não ser o caso da amiga do ex-Presidente Lula da
Silva, que tinha plenos poderes no escritório montado na Presidência da
República em São Paulo e que acabou indiciada por formação de quadrilha,
falsidade ideológica, tráfico de influência e corrupção ativa.
A vantagem de aplicar dinheiro na Noruega é enorme. Até porque o negócio
(legalmente falando) tem repercussão positiva e visível na economia
brasileira. Entre os maiores do mundo, o Fundo de Pensão Global do
Governo da Noruega, ou o fundo norueguês de petróleo, participa de
mega-negócios no Brasil. Só em 2011, aplicou US$ 5,5 bilhões no País, em
participações acionárias em empresas, renda fixa e bens imóveis. O
famoso fundo norueguês é uma ferramenta de política fiscal de apoio à
gestão de longo prazo para as receitas do petróleo da Noruega. O capital
é investido no exterior, para evitar o superaquecimento da economia
norueguesa, protegendo-a dos efeitos decorrentes da flutuação do preço
do petróleo.
Os noruegueses costumam ser rigorosos na fiscalização das aplicações do
Norwegian Government Pension Fund Global, que é monitorado por seu Banco
Central e gerido pela Administração de Investimentos do Banco da
Noruega – o Norges Bank Investment Management (NBIM), presidido por
Yngve Slyngstad. Não por coincidência, os noruegueses foram um dos mais
intensos participantes da Conferência Internacional Anticorrupção,
realizada em Brasilia, no início de novembro. Durante o evento, o
vice-ministro Arvinn Gadgil assinou o novo acordo com o BID no Brasil
para colaborar no combate à corrupção.